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O que você realmente sabe sobre óleos essenciais?

Atualizado: 4 de mai.


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Muito se fala de óleo essencial hoje em dia porque está em pleno modismo, mas quais são as informações corretas sobre o uso dos óleos e quais são as formas mais seguras de se usar os óleos essenciais.


Os óleos essenciais são substâncias orgânicas, de misturas complexas e características voláteis, lipofílicas, com baixíssimo peso molecular, geralmente coloríficas e líquidas, constituídas na maioria das vezes por moléculas terpênicas. Mas esta seria apenas uma das definições que existem pelo mundo, na verdade óleo essencial é “o produto resultante da destilação”, seja ela a vapor de arraste, do qual recebe o nome de Hidrodestilação, a Extração com solventes ou a Enfleuragem, existem outras técnicas, porém menos conhecidas. De acordo com as normas ISO 9235:2013 da International Organization for Standardization on Essencial Oils (ISO TC 54), define-se um óleo essencial como um produto obtido a partir de uma matéria-prima natural de origem vegetal, por arrastamento de processo mecânico a partir de suas partes como folhas, caules, frutos, raízes, extraindo de seus tricomas (pequenas bolsas) uma secreção natural produzidas pelas plantas para diversos fins, esse processo mecânico proporciona o isolamento de compostos voláteis sem arrastar compostos fixos, onde o resultado do produto obtido é conhecido como óleo essencial.



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Aparelho de Hidrodestilação de óleos essenciais

Aqui a derilação dos óleos essenciais acontecem em um processo chamado de arraste a vapor, onde as móleculas dos óleos são levadas pelo vapor d'agua e condensado novamente depois de resfriar





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Extração por solventes

Os solventes mais comuns usados na extração de óleos essenciais são o hexano, o éter de petróleo, o benzeno, o tolueno, o etanol e o dióxido de carbono (CO2) supercrítico



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Enfleurage

As pétalas das flores são colocadas em contato com uma camada de gordura inodora, que absorve os constituintes da flor. A gordura é então dissolvida em álccol e o álccol é evaporado, deixando um "absoluto" altamente concentrado.


Quando se usa óleos essenciais, é importante ter em conta vários fatores para garantir a segurança, incluindo: composição química e pureza, o seu método de uso, o tempo de uso e sua dosagem.  Os óleos essenciais são empregados para diversas finalidades: como medicinais, devido a algumas propriedades terapêuticas, na indústria de alimentos (condimentos e aromatizantes de alimentos e bebidas), perfumes e cosméticos, e, ainda, na fabricação de produtos de limpeza. (LUPE, 2007)


Conhecendo a essência


 Os óleos essências estão concentrados entre um a três por cento em média no total de toda a planta, o que explica porque é necessário destilar grandes quantidades de planta para obter pequenas porções de óleo e essa essência, não é, sobre circunstância nenhuma, uma forma concentrada de toda a planta como alguns dizem, ela é apenas uma fração volátil com substâncias bem específicas e diferenciadas das outras substancias espalhadas no total do corpo da planta, podemos elucidar para melhor compreender fazendo uma comparação com nosso corpo, nossas glândulas exócrinas secretam hormônios que são responsáveis por produzir outras substâncias, porém essas glândulas não são essas substâncias geradas, tem apenas os hormônios responsáveis por isso.

Olha que interessante o que nos ensina a Doutora Anne-Marie Giraud autora do livro “Óleos essenciais e câncer”, ela nos diz: “Os óleos essenciais, e os outros constituintes da planta é produto da fotossíntese, começando pela água H2O e pelo CO2 do ar, que junto da energia solar catalisada por clorofila permite que o vegetal produza diversas moléculas orgânicas enquanto libera oxigênio no ar, são compostos de hidrogênio, oxigênio e carbono, a base de toda a química orgânica, qualquer planta irá construir moléculas simples de açúcar e estocar energia (ATP), e a partir dela elabora os metabólicos secundários, carboidratos, lipídios, proteínas, e no caso da planta ser aromática moléculas aromáticas, e para produção dessas moléculas a planta usa duas rotas metabólicas biosintética: rota dos terpenos e rota dos fenilpropanóides.” As plantas aromáticas se servem dos seus óleos essenciais para diversos fins, como para a sua sobrevivência, autodefesa se protegendo de insetos e pragas, atração de polinizadores, proteção contra perda de água e aumento de temperatura foliar, se comunicar com outras plantas e etc., o fato das moléculas aromáticas espantarem pragas e matar microrganismo é fácil associar por que os óleos essenciais guardam virtudes antibacterianas e antivirais. Os óleos essenciais estão contidos nos tricomas das plantas e são produzidos em diversas partes, alguns se encontram em suas folhagens, outros em seus capítuilos florais, outros na raizes, cascas e etc..


Alguns tricomas:


Os tricomas são estruturas minúsculas possuindo diferentes formatos, desde semelhante a pêlos, cogumelos, e até glândula secretora, visiveis apenas por microscópio ou lupas, possui diferentes funções biológicas, como proteger a planta contra ataque de herbívoros, pragas e doenças, também é responsável pela atração de polinizadores e regulação da temperatura e perda de água, como outras funções, essas estruturas podem ou não ser glandulares.



Tricomas com suas bolsas na extremidade carregadas de óleos essenciais
Tricomas com suas bolsas na extremidade carregadas de óleos essenciais

Tricomas na casca da laranja Visto através de microscópio




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Tricomas nas folhas de Cannabis Sativa

através da visão de um microscópio, perceba que em sua extremidade já contém bolsões carregados de cannabidióides.






Diante dos milhões de tricomas existentes, são os glandulares que produzem as minúsculas bolsas de fitoquímicos que chamamos de óleo essencial, que nos interessam, quando esses tricomas estão maduros e carregados de bolsões de óleos essenciais, estes mesmos se rompem naturalmente pela espécie vegetal, liberando o óleo essencial que forma uma espécie de nuvem aromática, quando extraído por arraste ou outros processos, esses bolsões se rompem liberam as moléculas que flutuam e voltam a se condensar em foma de óleo.



Bolsões de óleo essencial nas flores de Lavandula Bolsões de óleo essencial na folha de cipreste Bolsões de óleo essencial nas folhas de hortelã pimenta



Óleos essenciais e sua composição química:


A análise de um óleo essencial nos mostra quais componentes estão presentes (análise qualitativa) e em que proporção (análise quantitativa), no entanto quando consideramos a composição de qualquer óleo essencial, é difícil estabelecer qualquer critério preciso, pois se trata de um produto natural que sofre alterações de acordo com as condições de crescimento, plantio, extração e estocagem, quando analisado um determinado quimiotipo haverá diferenças nas quantidades de constituintes, é importante lembrar que um óleo essencial deve conter entre 100 a 500 componentes, podemos de longe perceber a importância da cromatografia diante essas informações, todo óleos essencial é um complexo químico e que a sua ação global não se resume jamais as suas propriedades isoladamente, mas sim a soma de todos eles. Sobre os principais pontos a serem observados sobre os óleos essenciais, podemos afirmar que:


  • Existem duas classes principais de constituintes dos óleos essenciais que são os fenilpropanoides e terpenoides.

  • Os terpenos e seus derivados, os monoterpenos e os sesquiterpenos, representam noventa por cento de todo os constituintes.

  • Os compostos aromáticos tem a particularidade de conter pelo menos um anel benzênico, e os fenilpropanóides estão entre os seus principais representantes.

  • As famílias bioquímicas mais frequentemente encontradas são os álcoois, fenóis, cetonas, ésteres, óxidos, éteres, cumarinas, aldeídos terpênicos, aldeídos aromáticos, monoterpenos e sesquiterpenos.

  • A presença dessa ou daquela molécula em um óleo essencial é o que dá as orientações de seu campo de atividade, ou seja, se ele tem ação calmante, analgésico, anti-inflamatório, etc.

  • Cada óleo possui suas características próprias que muitas vezes não devem ser associados á outros óleos em sinergias.

  • Evaporam rapidamente, quando expostos à temperatura ambiente, não são muito estáveis, alterando-se principalmente na presença de ar, luz, calor, umidade e metais.

  • Solúveis em solventes polares.

  • Os fenilpropanóides são formados a partir do ácido chiquímico, que forma as unidades básicas dos ácidos cinâmico e p-cumárico.

  • Têm uma densidade entre 0,84 e 1,18 g/ml e um ponto de ebulição de 150 até acima de 300 ⁰C., e são solúveis em solventes lipofílicos, como óleos fixos, éter de petróleo, clorofórmio, éter e etanol, mas a sua solubilidade em água é baixa.

  • Os fatores genéticos, técnicos (coleta, estabilização e armazenamento), bióticos ou abióticos podem influenciar diretamente na qualidade dos óleos essenciais e, consequentemente, nos resultados de tratamentos e de testes biológicos sobre patógenos humanos ou fitopatógenos.

  • Os óleos essenciais têm um pH que varia entre 5 e 5,8 substâncias menos ácidas.

  • Comparado ao organismo humano, os óleos essenciais são como secreção hormonal da planta com diversas funções, e como no nosso organismo temos as glândulas secretoras, nas plantas os óleos ficam reservados nos tricomas.


Considerações finais:


A prática do uso de óleos essenciais exige conhecimento, preparação técnica e uma boa formação, pois como podemos observar os óleos essenciais são constituintes químicos que agem em nosso corpo, e inetragem com nossas células através de suas móleculas seja pela camada epidérmica por aplicação na pele, ou na nossa corrente sanguínia por via de inalação ou aplicação na derme, essas moléculas aromáticas que viajam pelo nosso organismo possuem ação e interação sobre outras moléculas e receptores do nosso corpo, assim há diversas contra indicações e interações medicamentosas, por isso possuem técnicas corretas de uso para evitar qualquer risco a biossegurança do nosso organismo.

Se você for utilizar óleos essenciais e não é um aromaterapeuta, então procure um profissional capacitado para sua segurança e não utilize óleos essenciais só pelo que viu na internet.

Se você é terapeuta ou aromaterapeuta e leu este artigo e não conhece ainda a fundo as interações dos óleos essenciais, entre em contato aqui com a gente e vamos te orientar em uma boa formação na área.


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